sábado, 22 de junho de 2013

Os Simpsons como você nunca viu

Na sala, Bart olhava com afinco lisa desferir o primeiro golpe. Era a diversão das crianças quando Marge não estava por perto. Amarravam a pobre Maggie no alto da parede e desferiam socos violentos em seu estômago, fazendo a pequena que nunca largava a chupeta chorar com as dores horrendas. 
Bart com o olho brilhando se aproximou da miúda indefesa e sorriu malévolo:
- Este é o preço por ser a preferida Meggie - Fechou os punhos e se preparou para o golpe. Meggie tremeu de medo, as lágrimas começaram a descer em abundancia, ela em desespero apenas se acalmou quando viu sua mãe adentrar na sala. Mesmo assim recebeu o golpe grotesco do irmão. Seus olhos brilharam aflitos e ela gritava desvairada de dor.
Marge em pânico não acreditava no que seus olhos viam. Sua bebê amarrada no alto da parede e Bart massacrando a pequena de pancadas. 
Na mesma hora Lisa correu assustada para seu quarto. Bart suou de medo, ficou parado e não pode fazer nada. Sua mãe agarrou a pobre Meggie e a colocou no chão. A mesma engatinhou até a cozinha, e já mais calma agarrou voraz a mamadeira e bebeu o leite. Marge se aproximou do filho e o puxou pelas orelhas. 
Lá de cima Lisa ouvia o pedaço de madeira confrontar o corpo do irmão, os estalos eram brutais, e Bart gritava entregue ao castigo bem merecido.
No quarto Lisa sorriu se vagloriando por ter saido ilesa e sem punição alguma.
O pedaço de bacon caiu nos botões da mesa de operações, Homer sedento pela carne avançou desajeitado sobre o painel e agarrou o suculento petisco. A barriga gorda dançava em cima dos botões, ativando e desativando o gás venenoso na sala onde estavam dois cientistas que mediam o local. As portas de segurança travaram, os dois então entraram em pânico, o gás foi liberado e ambos começaram a se deteriorar e bradar por socorro:
- Homer seu idiota! Cadê você...! - Gritavam os cientistas em estado de choque. Mas a ajuda lhes era negada.
Homer em sua demência engatinhava pelo chão, pois deixou as batatas fritas caírem. Sua boca babada abocanhava com maestria as suculentas fritas. Na sala o gás verde tomou conta do ar, as duas vítimas caíram já mortas no chão frio, sua pele se decompôs, e apenas a carne viva se destacava entre os cadáveres.  
Homer se levantou satisfeito e observou a sala, não viu nada. O vidro era no meio da parede, e abaixo dele só chegando perto para ver os dois defuntos. O gás tóxico deu lugar ao vento gélido dos exaustores. O gordo desengonçado ouviu então o sinal bater. Seu turno havia acabado, e como de costume agarrou a latinha de Duff e a consumiu alegre. Puxou a chave do carro e caminhou assobiando pelo longo corredor até o estacionamento.
Na porta dos Simpsons, Ned Flanders castigava o botão da campainha, estava nervoso pois ouviu os gritos errantes de Bart.
Marge enraivada foi atender a porta.
- Olá Marge.
- Porque não aperta sua esposa! - Indagou Marge - Se o fizesse ela parava de se queixar a mim de sua falta de apetite na hora "H" - Ned ficou apreensivo, suas bochechas se avermelharam de vergonha... - Marge continuou - Pensa que meu ouvido é pinico!
O homem religioso se espantou com a reação da mãe de família, limpou seus óculos e perguntou desconversando:
- Calma Marge... Só achei estranho os gritos que ouvi, afinal o que houve?
- Não te interessa - Disse Marge batendo a porta em sua cara.
Ned com o rabo entre as pernas, caminhou envergonhado até sua casa.
Antes de entrar o bom homem abençoou a família Simpson:
- Meu Deus... Ilumine essa casa e de sabedoria para esses pobres e perdidos pecadores, amém! Fez o sinal da cruz e adentrou em sua casa.
As lágrimas pingavam no papel amaçado, borrando seu plano medonho. Bart em seu quarto tentava tramar algo para se vingar de Lisa.
- Essa cabeça de abacaxi! Ela não vai se safar dessa tão fácil. Hehehe! - Gargalhou Bart apreciando sua ideia maligna - Ela vai me pagar, e eu já sei o que vou fazer...! Decidido a se vingar, agarrou uma câmera e caminhou o corredor até o quarto da irmã. Chegando lá escorou a porta e começou a filmar Lisa insultando suas amigas. 
Esta escrevia no diário e falava alto:
- Lara metida... Lincem nojenta... - E assim continuou... Xingou até a professora - Professora Edna... Uma vadia que sai com o diretor e outros mais - Riu - Ela é uma velha ridícula! Será que não se toca...?
Bart sorriu filmando cada detalhe, amanhã se vingaria mostrando o vídeo para toda sala assistir.
Na entrada do bar, Homer estacionou seu carro roxo. Abriu as portas do bar e sentou-se ao lado de seus amigos: Lenny e Carl.
- Olá rapazes.
- Olá Homer. Soube do acidente que houve na usina? - Indagou Lenny com seu sotaque puxado.
- Não... O que houve Lenny? - Disse Homer terminando de tomar sua latinha e pedindo mais uma para Moe.
- Ah... Um idiota deixou o gás ligado e travou as portas. Os dois cientistas que estavam lá morreram.
Homer gargalhou alto, pegou a cerveja das mãos de Moe e disse rindo:
- Um idiota mesmo rapazes. Ainda bem que eu sempre presto atenção no trabalho. 
Todos riram e tomaram suas cervejas. Moe agarrou uma vassoura e correu atrás de um rato grotesco que saiu das caixas de cerveja Duff. Os rapazes riram da cena e se divertiram vendo Moe caindo de bunda no chão.
A noite caiu. Marge agarrou a pequena Meggie e a colocou no berço. Deitou-se na cama e abriu seu livrinho do cama sutra. Aguardava ansiosa Homer chegar logo em casa. No quarto Lisa e Bart adormeciam.
O carro descontrolado bateu na lixeira e acertou o gato: "Bola de Neve" morreu no mesmo instante da batida. Homer bêbado saiu do carro e viu o cadáver de seu gato estirado entre o lixo. Agarrou o felino nas mãos e pegou do carro uma pazinha. Debaixo da árvore cavou a minúscula cova e ocultou o bichano na terra úmida. Logo depois adentrou em casa e subiu em direção ao quarto. Quando abriu a porta, Marge já o esperava com uma camisola rosa. O homem bêbado piscava os dois olhos e enxergava três borrões rosas. Logo depois desmaiou entregue a bebida, caindo de boca aberta e deixando a baba melosa cair no tapete. Marge mais uma vez se frustou com o marido imundo. Deitou-se na cama e dormiu cheia de ódio enquanto Homer roncava no chão gelado.
O dia amanheceu. Na cozinha a família degustava das panquecas carameladas, as mãos rápidas de Homer agarravam os doces e corriam direto para sua boca. Meggie tomava papinha e Lisa já estava ansiosa para chegar logo na escola. Bart sorriu e gargalhou insano, sedento por sua vingança. Todos olharam sem entender a felicidade nefasta do garoto.
Homer beijou marge e se despediu.
- Adeus Marge, adeus crianças.
- Adeus amor...
- Adeus pai...
- Seu babaca - Debochou Bart.
Homer antes de ir o pegou pelo pescoço e com raiva o estrangulou, o menino ficou roxo e então ele o largou sem ar na cadeira.
- Vocês dois são dois bobos! - Indagou Marge - Você parece uma criança Homer! Vá logo trabalhar.
Ele se foi. Marge ligou o carro e colocou as crianças dentro. Dirigia até a escola primaria de Springfield. No caminho Meggie entusiasmada agarrou o volante de brinquedo e imitava a mãe dirigindo. Marge olhou com gosto sua bebê e disse carinhosa:
- Um dia você vai dirigir Meggie - Sorriu para pequena e disse satisfeita - Você é o meu anjinho.
Lisa com ciúmes retrucou sussurrando:
- Preferidinha... É sempre ela a preferida.
- Cala boca - Gritou Bart.
Agarrou os cabelos de Lisa, e logo começou uma briga entre os dois.
Marge olhou com ódio e bradou em extrema ira.
- Fiquem quietos! Calem a boca, ou eu os deixo na rua!
Bart se calou, Lisa também. A mãe abriu o carro e deixou seus dois filhos levados na escola. Buzinou o carro dando tchau e se foi.
Na usina, Homer escutava seu chefe de voz roca o questionar:
- Ei Homer, o que houve ontem - Perguntou o senhor Sr. Burns - Você não tem nada haver com aquelas mortes, tem?
Homer engoliu a saliva e respondeu tremulo:
- Não... Não Sr. Burns, isso é coisa de algum idiota.
- Mas é exatamente por isso que estou falando com você!
Homer coçou a cabeça e sem entender direito concluiu:
- Hã... Então eu sou um idiota Sr. Burns?
O velho sorriu, coçou a careca e o respondeu em tom de deboche:
- Não Homer... Claro que não - Riu com a boca murcha e ordenou - Agora volte ao trabalho Homer!
Na escola a professora Edna lecionava. Liza inteligente respondia á todas as perguntas. Chegou então a hora do vídeo escolar. A professora saiu da sala e Bart logo se aproximou do vídeo cassete, retirou a fita da mochila e a introduziu no aparelho. Olhou eufórico o botão de Play, e o apertou voraz. Passou a mão uma na outra e sorriu insanamente. Gargalhou e sentou-se na carteira da frente. O vídeo começou. Os olhos de Lisa brilharam aflitos diante da imagem inusitada. Suas amigas à olhavam cheias de ódio. Ela então se viu acuada, feito uma pressa rodeada por leoas. A professora então adentrou na sala e estranhou a cena.
- Mas o que está acontecendo aqui - Indagou Edna; Que indignada olhou para a televisão e ouviu Lisa lhe insultar covardemente no vídeo - Mas o que significa isso Lisa? Ela não respondeu.
Edna então deu a ordem para suas alunas:
- Façam!
As meninas sem dó nem piedade começaram a puxar o cabelo de Lisa. Que desnorteada sentiu golpes em todo seu corpo. As alunas enraivadas surraram firme a pobre menina. Bart junto da professora e o resto da classe riam do espetáculo violento.
Após alguns minutos de selvageria, Lisa saiu humilhado e cuspindo sangue. Caminhou chorando o pequeno corredor e se acolheu no banheiro. 
O sinal bateu.
Marge na porta da escola esperava seus filhos. 
Bart foi até o banheiro feminino e viu lisa quieta no canto da parede, a olhou e disse firme em suas palavras:
- Viu Lisa... Esse é o preço por me deixar apanhar da mamãe sozinho!
A menina enxugou as lágrimas, passou a mão em seu rosto inchado e indagou:
- Porque fez isso! Não precisava tanto!
- Aqui se faz aqui se paga! - Disse Bart.
Lisa parou por alguns segundos e se sentiu culpada, logo suas lágrimas desceram e ela novamente caiu aos prantos.
Bart sentiu pena, caminhou até a irmã e a abraçou:
- Me desculpe Lisa... Eu exagerei.
Lisa limpou o rosto com a camiseta e lhe retribuiu o abraço:
- Então vamos prometer que jamais deixaremos nenhum de nós dois apanhar sozinho.
Ele concordou, agarrou a mão da irmã e caminhou com ela até o carro.
Marge se espantou com o estado da filha, a abraçou e perguntou aflita:
- O que houve com você Lisa!
- Nada mamãe, eu só cai do escorregador...
Ela sorriu e sua mãe mais calma caiu na desculpa furada.
Em casa a família se reuniu na sala. Homer chegou na hora certa, adentrou na sala e disse saudoso:
- Olá crianças! Olá Marge.
- Olá pai - Olá Homer. 
Desengonçado como sempre o pai de família sentou no sofá e agarrou afoito o balde de pipocas, as enfiou na boca e bebeu metade do refrigerante. As crianças riram do espetáculo tolo do pai. Bart então gritou alto calando a todos:
- Fiquem quietos! Começou...
Todos olhavam firmes para a televisão: O gato burro caiu na armadilha e o rato esperto e astuto empunhou a moto serra e o partiu em pedaços, foi um banho de sangue. A família Simpson aplaudia o espetáculo sangrento, era o desenho preferido deles: Comichão e Coçadinha...
FIM

Nenhum comentário:

Postar um comentário